Na Guiné, Moçambique e Angola, os movimentos de libertação sempre fizeram cuidadosa distinção entre o
povo português, que os apoiava, e o governo ditatorial
que estava tentando esmagá-los. Desde o início, tais
movimentos temeram que uma revolução política na África portuguesa ainda pudesse deixá-los na condição de
dependência neocolonial de Lisboa e dos interesses econômicos europeus aos quais Lisboa estava ligada e pelos
quais às vezes atuava como agente. Por isso, a emergência de ideias “terceiro-mundistas” no seio das forças
armadas portuguesas foram observadas com grande interesse pelos movimentos marxistas na África.
(Maxwell, K. O Império derrotado: revolução e democracia em Portugal.
São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Adaptado)
O trecho citado evidencia o fato de que, no contexto da
Guerra Fria, havia forte associação entre