Simulado Empresa de Pesquisa Energética - EPE | Analista de Gestão Corporativa - Administração Geral | 2019 pre-edital | Questão 100

Língua Portuguesa / Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação


UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA Como tapetes flutuantes, elas surgiram de re-
pente, em “muita quantidade”, balançando nas águas
translúcidas de um mar que refletia as cores do en-
tardecer. Os marujos as reconheceram de imediato,
antes que sumissem no horizonte: chamavam-se
botelhos as grandes algas que dançavam nas on-
dulações formadas pelo avanço da frota imponente.
Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão
se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra
espécie de planta marinha iria lamber o casco das
naves, alimentando a expectativa e desafiando os
conhecimentos daqueles homens temerários o bas-
tante para navegar por águas desconhecidas. Desta
vez eram rabos-de-asno: um emaranhado de ervas
felpudas “que nascem pelos penedos do mar”. Para
marinheiros experimentados, sua presença era sinal
claro da proximidade de terra.
Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no
alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de
aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos
céus. As aves da anunciação, que voavam barulhen-
tas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-bu-
xos. Após quase um século de navegação atlântica,
o surgimento dessa gaivota era tido como indício de
que, muito em breve, algum marinheiro de olhar agu-
çado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos
homens que se fazem ao mar: “Terra à vista!”
Além do mais, não seriam aquelas aves as mes-
mas que, havia menos de três anos, ao navegar por
águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama
também avistara? De fato, em 22 de agosto de 1497,
quando a armada do Gama se encontrava a cerca de
3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oce-
ano Atlântico, um dos tripulantes empunhou a pena
para anotar em seu Diário: “Achamos muitas aves
feitas como garções – e quando veio a noite tiravam
contra o su-sueste muito rijas, como aves que iam
para terra.” BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de
Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8

Na sentença “Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, [...]” (L. 1-2), o pronome elas refere-se a

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