Simulado Empresa de Pesquisa Energética - EPE | Assistente Administrativo | 2019 pre-edital | Questão 51

Língua Portuguesa / Redação de correspondências oficiais


O setor elétrico e as mudanças climáticas Nosso país tem enorme potencial hidrelétrico, o
que nos permite gerar energia elétrica razoavelmen-
te ‘limpa’ e barata. Essa fonte responde, atualmente,
por cerca de 70% da energia elétrica consumida no
país. Entretanto, para que possamos usufruir dessa
energia, precisamos transportá-la a longas distâncias
— muitas vezes, milhares de quilômetros — por meio
de linhas de transmissão aéreas, expostas ao tempo
e a seus caprichos. E esses caprichos, segundo es-
tudos científicos, tendem a se tornar cada vez mais
frequentes em um planeta sujeito a mudanças em um
ritmo jamais visto pelos humanos.
A experiência brasileira mostra isso. 50% a 70%
das falhas ocorridas no passado em linhas de trans-
missão brasileiras estavam relacionadas às condi-
ções climáticas, mais especificamente, às chamadas
tempestades severas, caracterizadas por condições
extremas de vento, raios ou precipitação. Com o
aquecimento global, o desmatamento e alguns fenô-
menos atmosféricos, esse número tende a aumentar
nas próximas décadas.
Combinados ou de forma isolada, esses fenôme-
nos são capazes de interromper o fluxo de energia
ao longo das linhas e interferir, de maneira significa-
tiva, no sistema elétrico. Se as alterações do clima
podem causar problemas na transmissão de energia,
na distribuição a situação não é diferente. 99% da
distribuição de energia elétrica no Brasil é aérea e
concentra-se em grandes áreas urbanas, onde vive
a maioria dos consumidores. Nessas áreas, as edi-
ficações, a substituição de vegetação por asfalto, a
poluição dos automóveis e das fábricas causam alte-
rações atmosféricas que favorecem a ocorrência de
fortes tempestades.
Os danos provocados por raios nas redes de dis-
tribuição podem se tornar ainda mais frequentes se le-
varmos em consideração o novo modelo que começa
a ser adotado no país e no mundo, baseado no uso
de equipamentos digitais para monitorar a distribuição
em tempo real e na possibilidade de utilizar diferentes
fontes de energia. Essa transformação se dará tanto
na disponibilização quanto no consumo de energia, le-
vando, inclusive, à economia desse recurso.
No entanto, a busca de maior comodidade para
os consumidores, maior controle operacional pe-
las empresas, maior eficiência e maior flexibilidade
da rede (no sentido de utilizar fontes alternativas de
energia) tende a tornar a distribuição mais sofistica-
da e, ao mesmo tempo, mais vulnerável a descargas
elétricas, devido à utilização de componentes que
contêm semicondutores, mais suscetíveis a danos
por raios.
Finalmente, é importante salientar que as redes
de energia precisarão contar com o potencial hidre-
létrico ainda quase inexplorado da Amazônia no fu-
turo. Segundo as projeções climáticas baseadas em
modelos computacionais, essa região sofrerá o maior
aumento de temperatura e de tempestades. Outro as-
pecto relevante está na necessidade, cada vez maior,
de adequar tais redes às normas legais de proteção e
conservação ambiental, o que poderá ampliar a chan-
ce de problemas decorrentes de fatores climáticos. PINTO JÚNIOR, Osmar. O setor elétrico e as mudanças
climáticas. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH.
n. 280, abr. 2011, p. 68-69. Adaptado.

As correspondências oficiais devem apresentar características de acordo com as normas de redação de atos e comunicações oficiais vigentes no país, observadas no Manual de Redação da Presidência da República.

De acordo com essas normas, ao redigir um requerimento a uma autoridade para fazer uma solicitação, deve-se evitar a(o)

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Fonte: ANALISTA DE GESTãO CORPORATIVA - FINANçAS E ORçAMENTO / EPE / 2012 / CESGRANRIO