Simulado Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG | Cargo 3: Arquivista | 2019 pre-edital | Questão 198

Língua Portuguesa / Domínio da ortografia oficial / Emprego das letras


É inegável que a política de estímulo ao transporte
individual motorizado é absolutamente insustentável, tanto pelo
uso de recursos naturais quanto pela geração de poluição e pela
crescente inviabilização dos deslocamentos urbanos.
Não são necessárias muitas considerações para se
constatar o óbvio: os engarrafamentos quase permanentes em
cidades como Rio de Janeiro e São Paulo provocaram, nos
últimos anos, uma queda vertiginosa na velocidade média de
suas ruas. Não apenas a lentidão irritante do tráfego urbano,
a par da escassez de vagas, provoca desperdício de petróleo,
um recurso natural não renovável, e aumento na quantidade de
horas de trabalho perdidas no trânsito, como a poluição
decorrente desses fatos causa um número cada vez maior de
casos de doenças respiratórias, sem falar nos problemas
psíquicos. Os prejuízos são, ao mesmo tempo, sociais,
ambientais e econômicos (embora alguns setores sempre
lucrem com o caos).
Com a moeda estável e financiamentos em até 72
meses, as classes ascendentes podem realizar suas aspirações
de possuir um carro novo. Certo, elas também têm direito a um
carro e, além disso, tal poder de compra “é um sinal de
progresso social e econômico”, como tanto se ouve falar. No
entanto, essa forma superficial de encarar a questão esconde
que, na verdade, não há progresso algum, nem para a
sociedade, como um todo, nem para o feliz possuidor do carro
novo.
É indispensável que a sociedade tome consciência de
que o transporte individual nas cidades é incompatível com
uma boa qualidade de vida. É importante que se renuncie à
ideia falsa de conforto que o automóvel proporciona e ao seu
uso como mero símbolo de status. Somente modos de
transporte de massa, ou seja, os movidos à energia elétrica,
como trens e metrô, podem resolver tais problemas.
Planejamento urbano de qualidade é igualmente
indispensável. Isso significa, entre outras medidas, concentrar
serviços próximos ou entremeados com áreas residenciais, para
que se reduza a necessidade de deslocamentos; permitir
escritórios de baixa movimentação de pessoas em áreas
meramente residenciais; incentivar a implantação de escolas
de qualidade em todos os bairros; descentralizar os polos de
negócio, de comércio e de finanças. Quanto mais tempo
levarmos para a adoção dessas medidas, mais cara, demorada
e dolorosa será a tentativa de reverter a tendência de colapso
no sistema de transporte urbano. Carlos Gabaglia Penna. Transporte e meio ambiente.
Internet: http://www.oeco.org.br (com adaptações).

Com base nas ideias e na estrutura do texto acima, julgue os itens
seguintes.

No texto, a expressão “a par de”, em “a par da escassez de
vagas” (L.10), dá ideia de concomitância entre “lentidão
irritante do tráfego” (L.9) e “escassez de vagas” (L.10).

Voltar à pagina de tópicos Próxima

Fonte: ANALISTA ADMINISTRATIVO - ADMINISTRAçãO / ANTT / 2013 / CESPE