Soneto Sentimental à Cidade de São Paulo
Ó cidade tão lírica e tão fria!
Mercenária, que importa – basta! – importa
Que à noite, quando te repousas morta
Lenta e cruel te envolve uma agonia
Não te amo à luz plácida do dia
Amo-te quando a neblina te transporta
Nesse momento, amante, abres-me a porta
E eu te possuo nua e frígida.
Sinto como a tua íris fosforeja
Entre um poema, um riso e uma cerveja
E que mal há se o lar onde se espera
Traz saudade de alguma Baviera
Se a poesia é tua, e em cada mesa
Há um pecador morrendo de beleza? (Vinicius de Moraes, Poemas esparsos. 2008)
Nos versos “ Mercenária, que importa – basta! – importa”
e “Não te amo à luz plácida do dia”, os termos em destaque têm como antônimos, respectivamente,
Fonte: ANALISTA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL - CIêNCIAS CONTáBEIS / Pref. São Paulo/SP / 2015 / VUNESP