Simulado Secretaria de Educação de SP (SEED/SP) | Analista de Tecnologia - TI | 2019 pre-edital | Questão 93

Língua Portuguesa / Vozes verbais: ativa e passiva


O futuro é um mistério Nesta época do ano, é impossível escapar da tentação de fazer
previsões. Afinal, desde a pré-história, o homem não deixa de que-
rer conhecer o futuro e de dominá-lo. Das técnicas de adivinhação
inventadas pelos povos da Antiguidade aos métodos “científicos”
elaborados por técnicos, os meios de predição variam: astrologia,
leitura da borra de café ou cartas, até por internet. Pouco importa.
Cada época tem necessidade de sonhar com um amanhã: melhor
ou pior. Oráculos, profecias, predições, utopias, todas as anteci-
pações que os homens construíram, no decorrer da história, não se
realizaram. Mas elas são reflexos de suas esperanças e crenças. (...)

Um poeta disse que, para ser profeta, bastava ser pessimista. Já
na metade do século 19, havia quem escrevesse sobre um mundo
futuro mecanizado, sem ideias espirituais, vivendo-se ao ritmo das
crises econômicas e ameaças de guerra. Marcados pela Primeira
Guerra Mundial, muitos pensadores fizeram coro ao pessimismo.
Freud contestou a ideia de progresso e supôs a existência de um
instinto de destruição. Não faltou quem visse nas marcas do tem-
po o anúncio do fim de tudo, ou uma caminhada na direção ao
sofrimento, como predisse o escritor George Orwell. Boa parte
desse pessimismo se enraizava na tomada de consciência de uma
distância crescente entre progresso técnico e progresso moral.
Para solucionar essa pendência, em 1971, o Clube de Roma reu-
niu uma elite de pensadores. Conclusão? O grupo anteviu que o
crescimento demográfico e econômico provocaria uma catástrofe
e uma crise ecológica sem precedentes, em meados do século 21.

E nós ainda acreditamos em previsões? Acho que, se os brasi-
leiros mudaram, foi no sentido de não acreditarem mais nelas. Dei-
xamos para trás a atitude infantil de insistir em sonhos que acabam
em decepções. Ou de crer em falsas promessas. Nunca o futuro foi
tão misterioso quanto neste início de século 21. Nenhuma máquina
de previsão conseguiu explicar a complexidade do mundo atual,
onde tudo se confunde, onde realidade e espetáculo se misturam,
valores e ideologias desmoronam, tudo se desencanta. Aquecimento
do planeta, desastres climáticos, aumento do nível dos oceanos, fim
das florestas, fome, corrupção em toda a parte, empobrecimento
dos mais pobres, enriquecimento dos mais ricos, enfim, a lista é
longa. A resposta, talvez, esteja em fugir das previsões de futuro e
jogar no presente. Vivê-lo com delicadeza e investir nos pequenos
prazeres. Fórmula excelente para enfrentarmos o apocalipse, como
querem muitos. Ou o paraíso, como esperam outros. (Mary Del Priore, O Estado de S.Paulo, 03.01.2010. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o agente da voz passiva não está expresso.

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Fonte: ANALISTA ADMINISTRATIVO / FUNDAÇÃO CASA / 2010 / VUNESP