Simulado Procuradoria-Geral do Distrito Federal - PGDF | Analista Jurídico - Esp. Analista de Sistema (Desenvolvimento) | 2020 | Questão 280

Língua Portuguesa / Reescrita de frases e parágrafos do texto / Significação das palavras


Siron Franco, artista plástico contemporâneo,
realiza uma montagem em Brasília, em 1990, no Dia da
Criança. A obra é uma bandeira brasileira feita de caixões
coloridos de crianças, exposta em frente ao Congresso
Nacional. Desconstrói, no coração do poder político
brasileiro, o emblema da pátria e a imagem do Brasil como
país do futuro.
A criança sempre foi vista como símbolo do futuro,
como parte de um discurso ancorado tanto na retórica
ufanista do texto político quanto no discurso cristão,
responsável pela defesa de uma imagem de inocência
infantil. Pautado pelo princípio teleológico do tempo, o
presente irá atuar nesses discursos como instrumento de
mediação para que se conserve a lição do passado como
intocável e permanente. Da mesma forma, postula-se a
projeção desses valores em direção a uma realização
futura. O presente apenas se justifica como intermediário
da passagem da tradição para os anseios da posteridade. A
obra de Siron Franco revela-se, contudo, alheia a essa
concepção moderna de tempo, ao capturar o retrato do
presente, a mortalidade infantil, destituído de qualquer
registro de fantasia. Na sua intenção de expor um
problema, de forma horizontal e opaca, o objeto artístico
inverte o projeto moderno que regeu a construção da
capital do país, um “oásis” plantado no planalto central,
como manifestação utópica do novo e do voo rumo ao
progresso. Eneida Maria de Souza. Brasília é uma estrela espatifada. In: Crítica
cult. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 142-3 (com adaptações).

No que diz respeito aos aspectos linguísticos do texto
CB1A1AAA, julgue os itens a seguir.

Na linha 19, a palavra “alheia” foi empregada com o sentido
de distante
.

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Fonte: TéCNICO - ÁREA 3 / IPHAN / 2018 / CESPE