Simulado Ministério da Fazenda - MF | Assistente Técnico-Administrativo | 2019 pre-edital | Questão 172

Língua Portuguesa / Concordância nominal e verbal

Os economistas G. Ranis, F. Stewart e A. Ramirez
analisaram 76 países durante um período de 32
anos. Dividiram-nos de acordo com dois critérios:
desenvolvimento econômico e desenvolvimento
humano (nesse caso, medido através de uma
combinação de indicadores de educação e
saúde). Usando-se essas duas dimensões,
pode-se ter duas situações de equilíbrio (quando
o lado humano e o econômico são igualmente
altos ou baixos) e duas de desequilíbrio
(quando o humano é alto e o econômico é
baixo, vice-versa). Surgem algumas conclusões
interessantes desse estudo. A primeira é que
as situações de desequilíbrio duram pouco. Se
um país tem muito crescimento econômico e
pouco capital humano (CH), ele tende a parar
de crescer ou a aumentar seu lado humano. A
segunda: é muito difícil sair de uma situação de
equilíbrio negativo. Mais da metade dos países
que tinham baixo crescimento e baixo CH em
1960 permanecia na mesma posição na década
de 90. A terceira é que o crescimento econômico,
quando desacompanhado de evolução do lado
humano, dura pouco: de todos os países que
tinham algum crescimento econômico e baixo CH
no início do período, nenhum conseguiu chegar
ao equilíbrio em alto nível. Todos, sem exceção,
terminaram o período com baixo crescimento e
baixo CH. A quarta, e mais importante, é que a
estratégia de privilegiar o lado humano dá frutos
muito melhores do que aquela que enfatiza só o
lado econômico. (Gustavo Iochpe, Brasil: a primeira potência de semi-letrados?
Veja, 14 de abril de 2010, com adaptações)

Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no texto.

A ) O plural no pronome em “Dividiram-nos”(ℓ.3) devese à concordância com o sujeito subentendido da oração: “Os economistas G. Ranis, F. Stewart e A. Ramirez”(ℓ.1).

B ) A flexão de singular no verbo em “pode-se”(ℓ.8) faz a concordância com o sujeito indeterminado; mas é igualmente correto flexionar o verbo no plural, fazendo a concordância com “duas situações”(ℓ.8): podem-se ter.

C ) A flexão de plural em “Surgem”(ℓ.12) tanto permite a interpretação como indicação de sujeito indeterminado como admite a inferência de “duas dimensões”(ℓ.7) como sujeito subentendido da oração.

D ) A flexão de singular em “dá”(ℓ.30) é determinada por “lado humano” (ℓ.30); mas, se fosse usada a expressão aspectos humanos, a coerência do texto não seria prejudicada, desde que o verbo fosse flexionado no plural.

E ) O termo “mais da metade dos países”(ℓ.19) estabelece duas relações diferentes de concordância: “países”(ℓ.19) determina a flexão de plural em “tinham”(ℓ.20), enquanto “permanecia”(ℓ.21) faz a concordância com “metade”(ℓ.19).

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Fonte: FISCAL DE RENDAS / SMF - Pref. Rio de Janeiro/RJ / 2010 / ESAF