Simulado Tribunal Regional Federal - 2ª Região | Analista Judiciário - Área: Administrativa | 2019 pre-edital | Questão 446

Português / Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação


Uma história em comum Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de terras que
vai do Amapá ao norte do Pará possuem uma história comum de
relações comerciais, políticas, matrimoniais e rituais que remonta a
pelo menos três séculos. Essas relações até hoje não deixaram de
existir nem se deixaram restringir aos limites das fronteiras
nacionais, estendendo-se à Guiana-Francesa e ao Suriname.
Essa amplitude das redes de relações regionais faz da
história desses povos uma história rica em ganhos e não em
perdas culturais, como muitas vezes divulgam os livros didáticos
que retratam a história dos índios no Brasil. No caso específico
desta região do Amapá e norte do Pará, são séculos de
acúmulo de experiências de contato entre si que redundaram
em inúmeros processos, ora de separação, ora de fusão grupal,
ora de substituição, ora de aquisição de novos itens culturais.
Processos estes que se somam às diferentes experiências de
contato vividas pelos distintos grupos indígenas com cada um
dos agentes e agências que entre eles chegaram, dos quais
existem registros a partir do século XVII.
É assim que, enquanto pressupomos que nós descobrimos
os índios e achamos que, por esse motivo, eles dependem de
nosso apoio para sobreviver, com um pouco mais de
conhecimento sobre a história da região podemos constatar que os
povos indígenas dessa parte da Amazônia nunca viveram isolados
entre si. E, também, que o avanço de frentes de colonização em
suas terras não resulta necessariamente num processo de
submissão crescente aos novos conhecimentos, tecnologias e
bens a que passaram a ter acesso, como à primeira vista pode nos
parecer. Ao contrário disso, tudo o que esses povos aprenderam e
adquiriram em suas novas experiências de relacionamento com os
não-índios insere-se num processo de ampliação de suas redes de
intercâmbio, que não apaga − apenas redefine − a importância das
relações que esses povos mantêm entre si, há muitos séculos,
“apesar” de nossa interferência. (Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise
Fajardo. Povos indígenas no Amapá e Norte do Pará: quem
são, onde estão, quantos são, como vivem e o que pensam?
São Paulo: Iepé, 2003, p.8-9)

Os pronomes destacados no último parágrafo − nós,
nosso, nos, nossa
− fazem referência

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Fonte: TéCNICO JUDICIáRIO - JUDICIáRIO/ ADMINISTRATIVA / TJ/AP / 2014 / FCC