Simulado Câmara Municipal de Belo Horizonte - CMBH | Técnico Legislativo II | 2019 pre-edital | Questão 1

Língua Portuguesa / Compreensão e interpretação de texto


Estado e interesses coletivos [...] como é necessário haver uma palavra para designar o grupo especial de funcionários encarregados de
representar essa autoridade, conviremos em reservar para esse uso a palavra Estado. Sem dúvida é muito frequente
chamar-se de Estado não o órgão governamental, mas a sociedade política em seu conjunto, o povo governado e seu
governo juntos, e nós mesmos empregamos a palavra nesse sentido. Assim, fala-se em Estados europeus, diz-se que a
França é um Estado. Porém, como é bom que haja termos especiais para realidades tão diferentes quanto a sociedade e
um de seus órgãos, chamaremos mais especialmente de Estado os agentes da autoridade soberana, e de sociedade
política o grupo complexo de que o Estado é o órgão eminente. [...]
Eis o que define o Estado. É um grupo de funcionários sui generis, no seio do qual se elaboram representações e
volições que envolvem a coletividade, embora não sejam obra da coletividade. Não é correto dizer que o Estado
encarna a consciência coletiva, pois esta o transborda por todos os lados. É em grande parte difusa; a cada instante há
uma infinidade de sentimentos sociais, de estados sociais de todo o tipo de que o Estado só percebe o eco
enfraquecido. Ele só é a sede de uma consciência especial, restrita, porém mais elevada, mais clara, que tem de si
mesma um sentimento mais vivo. [...] Podemos então dizer em resumo; o Estado é um órgão especial encarregado de
elaborar certas representações que valem para a coletividade. Essas representações distinguem-se das outras
representações coletivas por seu maior grau de consciência e de reflexão. [...] (DURKHEIM, Émile. Lições de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002. p. 67-71.) Estado e liberdade Depois que nos livrarmos do preconceito de que tudo o que faz o Estado e a sua burocracia é errado, malfeito e
contrário à liberdade, e de que tudo o que é feito pelos indivíduos particulares é eficiente e sinônimo de liberdade –
poderemos enfrentar adequadamente o verdadeiro problema. Reduzido a uma só frase, o problema consiste em que,
em nosso mundo moderno, tudo é político, o Estado está em toda parte e a responsabilidade política acha-se
entrelaçada em toda a estrutura da sociedade. A liberdade consiste não em negar essa interpenetração, mas em definir
seus usos legítimos em todas as esferas, demarcando limites e decidindo qual deve ser o caminho da penetração, e, em
última análise, em salvaguardar a responsabilidade pública e a participação de todos no controle das decisões. (MANNHEIM, Karl. Liberdade, poder e planificação democrática. São Paulo: Mestre Jou, 1972. p. 66.)

Considerando os textos “Estado e interesses coletivos” e “Estado e liberdade”, pode-se afirmar que o conceito e ideias
relacionados a Estado

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Fonte: ANALISTA JUDICIáRIO - ÁREA JUDICIáRIA / TRE/RJ / 2017 / CONSULPLAN