Simulado Empresa de Pesquisa Energética - EPE | Analista de Gestão Corporativa - Administração Geral | 2019 pre-edital | Questão 124

Língua Portuguesa / Vozes dos verbos


COMO NÃO PENSEI NISSO ANTES? Para ser um inventor, basta enxergar os proble-
mas como matéria-prima para a criatividade e apos-
tar nas próprias ideias.

“No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma
pedra no meio do caminho.” O poeta Carlos Drum-
mond de Andrade criou um dos textos mais famosos
da literatura brasileira ao buscar inspiração num obs-
táculo. De forma parecida, muita gente, famosa ou
anônima, no decorrer da história, tem convertido suas
dificuldades em criações.
Não é difícil perceber que, na origem de todos
os objetos criados pelo homem, havia um problema.
Foi de tanto machucar os pés ao caminhar descalço
que algum remoto ancestral inventou o calçado, por
exemplo. Cansado de beber água usando as próprias
mãos, alguém concebeu o copo. E por aí vai.
Diante de uma pedra no caminho, pode-se la-
mentá-la ou tentar removê-la. A primeira opção é a
mais fácil, mas não leva a nada. A segunda nos per-
mite não só dar um fim ao empecilho, mas também
deixar uma contribuição para a humanidade. Foi esse
rumo que o motorista de caminhão aposentado José
Roberto Rodrigues, de 55 anos, escolheu.
Há 15 anos, em um acampamento, José viu um
botijão de gás ir pelos ares. Impressionado com o
acidente, pôs na cabeça que poderia fazer algo para
evitá-lo. Anos depois, teve a ideia: se acondicionasse
o botijão dentro de uma estrutura fechada e a conec-
tasse com a área externa da casa, o problema estaria
resolvido. Afinal, a explosão só acontece se há acú-
mulo de gás dentro da cozinha. Estava concebida a
cápsula antiexplosão.
Para construir a engenhoca, ele pegou um balde
grande de plástico, desses usados como lixeira, e fez
dois furos: um para a mangueira do botijão e outro
para permitir a conexão com o exterior da casa. Se
o gás vazar, sai para o ambiente externo. “Fiz tudo
sozinho”, orgulha-se José.
Tempos depois, inspirado pelas filhas, que vol-
ta e meia deixavam a comida queimar, aperfeiçoou o
invento. Adicionou-lhe um dispositivo capaz de con-
trolar o tempo pelo qual o fogão permanece aceso.
Para isso, comprou um timer, aparelho encontrado
em lojas de material elétrico, e o acoplou à válvula do
botijão. Funciona como um relógio de corda: em quin-
ze minutos, quando completa a volta, o equipamento
trava a saída de gás. Se o cozimento for demorado, é
só reprogramar o dispositivo.(...)
A história de José mostra que não é preciso pós-
-doutorado para transformar problemas do dia a dia
em solução. O necessário é ter autoconfiança, per-
sistência, motivação e capacidade de pensar por si
próprio, como enumera a psicóloga Eunice Alencar,
da Universidade Católica de Brasília. “Todos temos
essas características. O que precisamos é saber cul-
tivá-las para despertar nossa capacidade de criação”,
diz Eunice.(...)
A satisfação de ver a própria invenção ser usada
por várias pessoas é algo que Beatriz Zorovich, de
78 anos, conhece há muitas décadas. Um belo dia,
quando estava na cozinha, ela percebeu que, se a
bacia que usava para lavar o arroz tivesse furinhos,
ficaria fácil escorrer os grãos. Com a ajuda do marido,
o engenheiro Sólon Zorovich, construiu um protótipo
em uma espécie de papel alumínio grosso.(...) Deu
certo: lançado na Feira de Utilidades Domésticas de
1962, o escorredor de arroz ganhou as cozinhas de
todo o país. Beatriz não sabe calcular exatamente
quanto ganhou com o produto. Mas lembra que os lu-
cros equivaliam ao seu salário de dentista. A patente
expirou em 1978.(...) COSTA, Rachel. Sorria 13. abr./mai. 2010.

Em qual, dentre as frases abaixo, a forma verbal em destaque está corretamente empregada?

Voltar à pagina de tópicos Próxima

Fonte: ADMINISTRADOR DE COMOS/ADMINISTRADOR DE PDMS / PROMINP / 2010 / CESGRANRIO