Simulado Instituto Nacional do Seguro Social - INSS | Analista - Formação em Administração | 2019 pre-edital | Questão 309

Língua Portuguesa / Concordância nominal e verbal


Confiar e desconfiar Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o
senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas
eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A
desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da
aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passa-
gem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a
prudência nos imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o
passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre o
que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos
arrependermos do que fizemos do que lamentarmos o que
deixamos de fazer. Como se vê, a sabedoria popular também
hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu
arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-me
valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela
esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo
quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o
tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O
desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu não
falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chão da
cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do
navegante que foi ao mar e voltou consagrado. As estátuas,
como se sabe, não viajam nunca, apenas podem celebrar os
grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum.
Não gosto dessa orientação conciliatória, que manda ganhar
abraçando ambas as opções. Confie, quando for esse o
verdadeiro e radical desafio. (Ascendino Salles, inédito)

Estão plenamente acatadas as normas de concordância verbal na seguinte frase:

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Fonte: ANALISTA JUDICIáRIO - EXECUçãO DE MANDADOS / TRT 1ª / 2013 / FCC