Simulado Tribunal Regional Federal - 4ª Região - TRF - TRF4 | Técnico Judiciário - Área Administrativa | 2019 | Questão 444

Português / Níveis de linguagem


Em 1973, um livro afirmou que as plantas são seres
sencientes que têm emoções, preferem música clássica a
rock’n’roll e podem reagir a pensamentos não expressos ver-
balmente de seres humanos a centenas de quilômetros de
distância. Entrou para a lista de best-sellers do New York
Times, na categoria não ficção.
A Vida Secreta das Plantas, de Peter Tompkins e
Christopher Bird, apresentou uma fascinante miscelânea de
ciência botânica autêntica, experimentos fajutos e culto místico
da natureza, que arrebatou a imaginação do público numa
época em que o ideário new age começava a ser assimilado
pela cultura dominante. As passagens mais memoráveis des-
creviam os experimentos de Cleve Backster, um ex-agente da
CIA especialista em detectores de mentiras. Em 1966, porque
lhe deu na veneta, Bakster ligou um galvanômetro − medidor de
correntes elétricas − à folha de uma dracena plantada num vaso
do seu escritório. Ficou pasmo ao constatar que, quando ele
imaginava a dracena pegando fogo, a agulha do polígrafo se
mexia, registrando um surto de atividade elétrica indicador de
que a planta sentia estresse. “A planta leu a mente dele?”,
indagam os autores. Backster teve vontade de sair pelas ruas
gritando: “As plantas pensam!”
Nos anos seguintes, vários botânicos sérios tentaram em
vão reproduzir o “efeito Backster”. Boa parte da ciência em A
Vida Secreta das Plantas caiu em descrédito. Mas o livro deixou
sua marca na cultura. Norte-americanos começaram a conver-
sar com plantas e a tocar Mozart para elas, e sem dúvida
muitos ainda o fazem. Isso pode parecer inofensivo − provavel-
mente sempre haverá uma veia sentimentalista a influenciar
nosso modo de ver as plantas −, mas, na opinião de muitos
botânicos, esse livro causou danos duradouros a sua área de
estudo. Segundo o biólogo Daniel Chamovitz, Tompkins e Bird
foram responsáveis por emperrar “importantes pesquisas sobre
o comportamento das plantas, pois os cientistas passaram a
desconfiar de qualquer estudo que sugerisse paralelos entre
sentidos dos animais e sentidos dos vegetais”. (POLLAN, Michael. “A Planta Inteligente”, In: Piauí, maio de
2014. p. 63-64)

“A planta leu a mente dele?”, indagam os autores.
Backster teve vontade de sair pelas ruas gritando: “As
plantas pensam!”
; (2º parágrafo)



A transposição correta para o discurso indireto do trecho
acima está em:

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Fonte: TéCNICO JUDICIáRIO - TECNOLOGIA DA INFORMAçãO / TRT 13ª / 2014 / FCC