Simulado Tribunal Regional Federal - 1ª Região | Técnico Judiciário - Operação de Computador | 2019 pre-edital | Questão 128

Língua Portuguesa / Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação



É seguro afirmar que os entusiastas de histórias de
detetive de qualquer país ou nacionalidade, se solicitados a citar
os três detetives fictícios mais famosos, começarão por
Sherlock Holmes. Na longa lista de investigadores dos últimos
noventa anos, ele permanece único, o incontestável Grande
Detetive, cuja brilhante inteligência dedutiva é capaz de superar
qualquer adversário, por mais astuto que seja, e resolver
qualquer enigma, por mais bizarro que pareça.
Quando publicou Um estudo em vermelho, em 1887,
Arthur Conan Doyle era um clínico geral recém-casado que
morava em Southsea e cuja ambição era se tornar escritor, mas
até esse momento tivera mais sucesso na medicina do que na
literatura, apesar de ser tanto prolífico quanto dedicado. Então,
em 1886, surgiu a ideia que daria frutos além do que se podia
imaginar. Ele resolveu tentar a sorte com uma história de
detetive, mas que fosse marcadamente diferente das narrativas
publicadas na época, que considerava pouco imaginativas.
Conan Doyle ganhou muito pouco com essa nova tentativa de
ficção. Mas é aí, em sua primeira história de detetive, através
dos olhos do amigo e parceiro de apartamento, dr. Watson, que
Sherlock Holmes nos é apresentado com clareza, numa
imagem que, somada ao chapéu de caçador e ao cachimbo, se
fixou na imaginação popular:
“De estatura, ele tinha pouco mais de um metro e
oitenta, e era tão extremamente magro que parecia ser
consideravelmente mais alto. Os olhos eram vivos e
penetrantes, salvo durante os intervalos de torpor a que aludi.
[...] As mãos estavam invariavelmente manchadas de tinta e de
produtos químicos, no entanto ele possuía enorme delicadeza
de toque, como tive muitas vezes a oportunidade de observar
quando o via manipulando seus frágeis instrumentos
científicos.”
Apesar da quantidade de informações detalhadas sobre
Holmes e seus hábitos fornecidas por Watson nos contos, o
cerne do homem permanece fugidio. Ele é obviamente astuto,
com uma inteligência prática, racional, não ameaçadora –
qualidades que espelham as de seu criador. Mesmo assim, eu
teria esperado que ele fosse mais ligado ao corajoso dr.
Watson, herói ferido na Segunda Guerra Anglo-Afegã. Embora
o chamado para um novo caso produza em Holmes uma onda
de entusiasmo, ele tem um traço incrédulo e pessimista, além
de um toque de cinismo moderno. “O que se faz neste mundo
não tem nenhuma consequência. A questão é o que você
consegue fazer as pessoas acreditarem que você fez” (Um
estudo em vermelho). (Adaptado de P.D.James. Segredos do romance policial. Tra-
dução José Rubens Siqueira. São Paulo: Três Estrelas, 2012)

O segmento grifado foi substituído por um pronome de modo INCORRETO em:

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Fonte: TéCNICO JUDICIáRIO ÁREA ADMINISTRATIVA / TRF 5ª / 2012 / FCC